O que o local de teste nuclear e a lua têm em comum?

O que o local de teste nuclear e a lua têm em comum?

Há muito tempo, com base na análise de rochas lunares e meteoritos, os cientistas vêm criando vários modelos da formação da lua. Porém, até o momento, eles conseguem simular cópias únicas, sem exibir todos os processos geológicos que ocorrem no satélite terrestre. Para validar os modelos existentes, é necessário conhecer as condições em que as amostras de rocha existentes foram formadas.

“Estamos procurando um análogo grande o suficiente para simular os processos que ocorrem na lua durante a era da formação planetária”, explicou James Day, geoquímico da Universidade da Califórnia em San Diego.

As descobertas de Day e seus colegas foram publicadas em 8 de fevereiro em um artigo da Science Advances. Para felicidade científica dos pesquisadores, apenas algumas décadas atrás, foi testada uma bomba nuclear, que mudou drasticamente a composição química das rochas rochosas da Terra.

A explosão de uma bomba de plutônio, Novo México, EUA, 1945

Os testes de bomba foram realizados pela primeira vez perto de Alamgordo, no estado do Novo México, nos Estados Unidos, em julho de 1945. Quando a poeira baixou após a explosão desta bomba de plutônio, algumas das rochas rochosas avermelhadas se transformaram em vidro verde claro. Este vidro foi denominado 'trinitite'.

“Podemos usar vidro trinitito (vidro alamogord) deste experimento extremamente influente com benefícios científicos para toda a humanidade”, disse Day.

Ao estudar o trinitito, Day esperava obter uma compreensão de como o material do qual a lua foi formada poderia ter mudado ao longo do tempo, levando em consideração o modelo canônico da formação lunar. De acordo com essa hipótese já clássica, uma “enorme influência” na formação do nosso satélite foi feita por um objeto do tamanho de Marte, que em um passado distante colidiu com a Terra, lançando ao espaço uma grande quantidade de materiais e rochas, a partir dos quais a Lua então se formou em órbita.

Como isso se relaciona com o teste da bomba atômica? Para Day, a resposta é clara – a exposição de um corpo do tamanho de Marte, ele acredita, vaporizou alguns dos elementos voláteis do material que acabou por formar a lua. A mesma coisa aconteceu na explosão nuclear, que criou trinitito, empobrecido em elementos voláteis.

Tomando essa teoria como base, os pesquisadores se concentraram em um elemento volátil como o zinco. A ideia era que as condições quentes e de alta pressão de uma explosão nuclear imitariam as condições supostamente ocorrendo em um grande modelo de colisões planetárias e causariam o fracionamento evaporativo. Em outras palavras, o isótopo de zinco mais leve foi apresentado como o principal candidato para vaporização na explosão de isótopos relativamente mais pesados. Imagine a surpresa dos cientistas quando descobriram que um fracionamento semelhante de zinco foi encontrado em algumas rochas lunares:

“Ficamos realmente impressionados com a proximidade dos óculos de trinitito com as rochas lunares”, disse Day.

Fontes: csmonitor

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