Exploração: a Terra já foi um mundo aquático coberto por um oceano global

Exploração: a Terra já foi um mundo aquático coberto por um oceano global

Quando ela era muito jovem, o planeta Terra parecia um pouco diferente daquele que conhecemos e amamos hoje.

Por um lado, havia supercontinentes nele – quando o terreno em que vivemos atualmente estava localizado em diferentes configurações, conforme era empurrado por movimentos tectônicos.

Mas pode ter havido um período em que havia pouca ou nenhuma terra, e novas pesquisas sugerem que a Terra estava completamente coberta de água.

Pesquisas geológicas sugerem que cerca de 3,2 bilhões de anos atrás, nosso mundo natal atual, que tem 4,5 bilhões de anos, era coberto pelo oceano global.

Se confirmada, tal conclusão poderia resolver questões sobre como a vida começou há cerca de 3,5 bilhões de anos; em particular, se teve origem em massas de água doce em terra ou em mares salgados. Se não houvesse áreas de terra para água potável, a questão seria discutível.

“A história da vida na Terra rastreia os nichos disponíveis”, explica o geobiólogo Boswell Wing, da Universidade do Colorado em Boulder. “Se você tem um mundo aquático, um mundo coberto por um oceano, então nichos secos simplesmente não estarão disponíveis.”

A equipe de pesquisa realmente tentou medir a temperatura inicial da Terra, uma questão que há muito tempo assombra os cientistas. Não está claro se o planeta era muito mais quente ou mais frio (ou aproximadamente a mesma temperatura de hoje) quando a vida começou.

Mas a proporção dos dois isótopos de oxigênio – a variação natural do elemento – pode estar relacionada à temperatura dos oceanos antigos devido aos seus diferentes pesos moleculares. Água com temperatura mais baixa contém mais oxigênio-16 do que oxigênio-18 e vice-versa.

Não há água do mar com 3,2 bilhões de anos para analisar. Mas há rochas dessa idade que costumavam estar no fundo desses oceanos antigos, como a área Panorama na região de Pilbara, no oeste da Austrália. Essas rochas preservam a história química dos oceanos, incluindo o sistema de ventilação hidrotermal bem preservado.

Mas mesmo depois que os pesquisadores reconstruíram o perfil de temperatura da região, 3,2 bilhões de anos atrás, o oxigênio-18 era ligeiramente mais alto do que eles esperavam, 3,3%. Isso é cerca de 4% a mais do que no oceano relativamente sem gelo de hoje e muito mais alto do que as estimativas anteriores.

De acordo com simulações, os pesquisadores descobriram que as proporções nas amostras de rocha podem ser explicadas pela ausência de continentes. Isso significa que o planeta estava completamente úmido, como Enceladus ou Europa.

“Não há nada que sugira que minúsculos micro-continentes não estavam saindo dos oceanos”, disse Wing. “Nós simplesmente não pensamos sobre a formação global dos solos continentais como fazemos hoje.”

Claro, então surge a pergunta: quando exatamente os continentes apareceram, deslocados do oceano por placas tectônicas, fundindo-se? Esta é a próxima etapa do estudo. A equipe planeja explorar formações rochosas mais jovens para tentar montar este gráfico.

O estudo foi publicado na revista Nature Geoscience.

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