Numerosas descobertas científicas sugerem que o antigo Marte tinha um clima úmido e rios de água correndo na superfície do planeta. Com tudo isso, acredita-se que no passado o Sol era um terço mais frio, então os astrônomos vêm tentando há muito tempo criar um modelo de desenvolvimento do planeta e reproduzir cenários segundo os quais haveria calor suficiente em Marte para manter a água na forma líquida.
A principal teoria de hoje é que o planeta tinha uma camada mais densa de dióxido de carbono na atmosfera, que formou uma espécie de 'manto de estufa' que contribuiu para o aumento da temperatura em Marte no passado. No entanto, de acordo com uma nova análise de dados do rover Curiosity, Marte 3,5 bilhões de anos atrás não tinha dióxido de carbono suficiente para isso, ou seja, simplesmente não havia temperatura necessária para descongelar as geleiras.
Apesar do rover ter descoberto as rochas de um dos lagos marcianos e um presumível habitat para microorganismos, Curiosity não revelou materiais carbonáticos nas amostras, o que sugere que na época da existência do lago há 3,5 bilhões de anos, a presença de dióxido de carbono no planeta era bastante insignificante.
“Ficamos surpresos com a falta de minerais carbonáticos nas rochas sedimentares estudadas pelo rover”, disse Thomas Bristow, do Ames Research Center da NASA.
No caso de os lagos de Marte no passado estarem realmente em estado líquido, tal descoberta torna a questão das razões para o degelo das geleiras muito mais aguda. Segundo os cientistas, isso sugere a existência de um cenário diferente para o desenvolvimento da atmosfera de Marte no passado, que ainda não foi investigado.
Fontes: NASA