Os pesquisadores de Stanford concluíram que a falta de oxigênio nos oceanos da Terra levou à extinção devastadora de várias espécies há cerca de 444 milhões de anos.
Os novos resultados também indicam que essas condições (os oceanos eram virtualmente livres de oxigênio) duraram mais de 3 milhões de anos – significativamente mais do que outros fenômenos destruidores da biodiversidade na história do nosso planeta.
Essas descobertas ainda são relevantes hoje: a mudança climática global está contribuindo para a redução dos níveis de oxigênio no oceano aberto e nas águas costeiras, um processo que, mais cedo ou mais tarde, condenará várias espécies animais à extinção.
O artigo de pesquisa foi publicado na Nature Communications em 14 de abril e enfocou o evento conhecido como extinção em massa do Ordoviciano Tardio. O evento é reconhecido como uma das cinco maiores perdas da história da Terra, a mais famosa delas é o evento Cretáceo-Paleógeno, que destruiu todos os dinossauros há cerca de 65 milhões de anos.
Os cientistas de Stanford e seus colegas criaram um modelo especial que permite limitar a incerteza sobre onde nos mares da Terra havia falta de oxigênio dissolvido (tão importante para a vida nos oceanos então e agora), bem como em que extensão e por quanto tempo.
O modelo incluiu dados publicados anteriormente sobre isótopos de metal, bem como novos dados de amostras de xisto negro nativas da Bacia de Murzuk, na Líbia, que foram registrados em registros geológicos durante a extinção em massa.
O trabalho científico levou à conclusão de que, em qualquer cenário razoável, a falta de oxigênio a longo prazo nos oceanos da Terra atingiu o fundo do oceano em uma escala global. Neste caso, o próprio evento está associado ao chamado segundo impulso de extinção em massa e aconteceu precisamente no final do período ordoviciano.